terça-feira, 9 de dezembro de 2008


Às vezes prefiro tentar não pensar, só pra ver se esqueço então passo horas pensando em uma forma de não pensar, e fica meio difícil por que... Ah! Não sei por que!
Tem dias que me acordo tentando lembrar e as imagens ficam meio turvas em minha mente, tudo fica estranho, um pouco pesado e denso, o peito aperta às vezes parece que dói em outras parece vazio.
Algumas vezes é compreensão e você tenta de uma forma lógica e metódica resolver toda a historia dando um desfecho que agrade ao seu ego, mais na sua grande maioria é subtração, nada de soma só subtração e divisão, onde você sem matemática nenhuma fica com a menor parte do outro, o outro fica com a maior parte de ti, e não ta nem ai!
Em manhãs de sol às vezes sol chuva, parece samba antigo onde a musica ta sorrindo pra você porem a poesia que ta ali escondida entre as linhas em que a maioria nem percebe, chora um choro tão intenso cheio de lamentos e dor que a alma da gente parece diluir-se parece uma chama que se apaga, parece garoto que se esconde a traz da porta pra chorar.
Hoje a noite é chuvosa, a escuridão e o frio nesse momento deixa vestígios de fraqueza no ar gelado e escuro. Trovões quebram o silencio da noite, as luzes se apagam, eu bebo um copo de leite quente, enrolo-me em meu coberto e tenho você como ultimo de meus pensamentos antes de ser tomado pelos sonhos.
Jassar Protázio. (Jassabiá)

sábado, 22 de novembro de 2008

JÁ VAI TARDE!


As raízes da árvore frondosa do capitalismo estão podres.
Seus galhos começam a despencar.
Uma brisa, apenas uma brisa, para sepultar definitivamente o sistema.
E já vai tarde!
O sistema já deu o que tinha que dar.
Chegou a hora do adeus.
Foi assim com a escravidão real e agora com a escravidão light.
Ou alguém acredita que a exploração do homem pelo homem não é uma forma de escravidão?
Tudo a seu tempo.
Sistemas surgem e desaparecem.
É a roda da história.
A humanidade evolui!
Mesmo contra a vontade dos detentores dos meios de produção.
E dos parasitas que vivem da manipulação da moeda.
Um espectro assombra o século XXI.
A aurora da liberdade.
Haverá guerras, não tenham dúvidas.
Hoje são mais de uma centena de conflitos que regam de sangue o planeta.
Não haverá para onde fugir neste mundo globalizado.
O sistema está moribundo, façam o que fizerem, não o salvarão.
Não podemos continuar vivendo na pré-história.
Agora sim, vai começar a História da humanidade.
E caberá a cada um abrir o próprio caminho.
Mas não se enganem. O um sem o dois é zero.
E o Um com o Dois é infinito.
GEORGES BOURDOUKAN é jornalista e escritor

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Crianças latinas










"Quando cai a noite sobre os Andes
Vem a luz de mil estrelas pra velar
Pelo sorriso adormecido das crianças
Filhas pequeninas
De um resto de esperança
Da América Latina
Cuja sina
É lutar por liberdade
Desde as cordilheiras,
Por sobre as planícies,
Das asas do condor
Por pantanais e planalto,
Nos campos, favelas, sertões
Do asfalto, a semente
No grito da gente calado no peito
Contido e demente
Rompendo os grilhões da corrente,
Rasgando a mortalha, joagada no ar
Durmam, hermanos, ao som das estrelas cadentes
E sonhem que, um dia, será diferente"

domingo, 19 de outubro de 2008

Sentimental

Pelo quarto só alguns retratos rasgados dela, o quanto eu me avisei que isso não ia dar em nada, porem nunca dei motivos pra eventuais mudanças em meus dia-a-dia corriqueiros e felizes até então. No final fui burro em não prestar atenção em seus gestos e rostos que de alguma forma hoje me vendo fora de certas situações me parecem um tanto claras, um tanto lógicas.

Escuto-a falar de como as coisas aconteceram pra ela e nada me faz entender como as coisas mudaram de repente, deixando tantos planos assim sem rumo. O quadro dela que mandei pintar ainda está no mesmo lugar, é uma flor amarela com muitas pétalas sobrepostas parece uma rosa e lá no meio se prestares bastante atenção está ela e seu sorriso maravilhoso que tantas vezes alegrou meu dia e em outros...nem tanto, talvez essa seja a única coisa que ainda tenha sobrado inteira dessa aventura amorosa.

Agora eu fico aqui chorando que nem um babaca. Musicas que antes eu achava ridícula agora me trazem um certo tom de conforto: Sentimental eu sou/ Eu sou demais/ Eu sei que sou assim/ Porque assim ela me faz/ As músicas que eu/ Vivo a cantar/ Tem o sabor igual/ Por isso é que se diz/ Como ele é sentimental/ Romântico é sonhar/ E eu sonho assim/ Cantando estas canções/ Prá quem ama igual a mim/ E quem achar alguém/ Como eu achei/ Verá que é natural/ Ficar como eu fiquei/ Cada vez mais sentimental.

- abaixa esse som!- gritei pra um vizinho louco que escutava essa musica as alturas, ele me ignorou ou talvez nem tenha escutado tamanha era altura do som, então como diria o velho ditado “se o estupro é inevitável em tão relaxa e goza”, peguei uma garrafa de cachaça que anos andava esquecida e me embriaguei ao som de Altemar Dutra. O choro foi inevitável em pouco tempo via meu rosto molhado por lagrimas e as lembranças vinham fáceis a minha cabeça enquanto escrevia esse texto sentado olhando um quadro amarelo transfigurado pela bebida.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Operário em construção (vinícios de moraes)


hoje vou fazer algo que ainda não tinha feito no meu blog, postar um poema de um outro altor, um poema que gosto muito, pra galera que gosta um pouco da arte engajada (e vermelha) de vinícios de moraes(quadro de tarsila do amaral - "operarios"-1933):



Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.

Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.

Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:

Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião

Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?

Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer o tijolo!

E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:

Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.

De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.

Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, Cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!

Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.

O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.

Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.

E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que a sua marmita
Era o prato do patrão
Que a sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que o seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que a sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!

E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.

Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
-"Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.

Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
muitas outras seguirão.

Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.

De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:

- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria

E o operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.

Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca da sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?

- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem pelo chão.

E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.

Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão, porém, que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008



Eu mergulhei no mar da superficialidade

E me esqueci de você

Fiz-te sofrer mais não de maldade

Pois não tinha como certo teu bem querer

Se um dia lagrimas escorreram no rosto teu

Saiba que as mesmas lagrimam

No rosto oposto ao seu

E quando nossas vidas eram paralelas

Corpo e mente junto

Como se fossem dois elos

Como se fosse um mundo

Tudo feito sonho bom então,

Como todo sonho um dia acaba

Ao me levantar vi que ñ tinha mais chão

E tive certeza que a parte que me cabia no teu peito

Ali já não estava

Vendo-me amedrontado

Fugi guardando em mim um segredo

Que um dia te darei

Só que dessa vez sem medo.

Jassar Protázio

terça-feira, 26 de agosto de 2008


Amor não nasce em arvore

Ou nasce?

De repente... é amor.

Que droga, amor!

Mais, e se for paixão?

É talvez uma paixão de dois anos

De dois anos?

Doroty Tennov, pesquisador americano,

Diz que esse violento distúrbio emocional tem entorno de 18 meses

Violento distúrbio emocional? Eu em!

Iii! Não é paixão

E agora?

Vai e diz que você a ama

Tu achas uma boa idéia?

Eu não, a ultima vez que tentei

A menina pra quem me declarei começou a chorar

Disse que éramos amigos e que não podíamos dar certo.

Mais amigo também não ama?

Acho que sim

E o que você fez com o seu amor?

Nada, mais tentei varias coisas como:

Espete sete cravos-da-índia numa maçã vermelha e madura, embrulhando-a com um pano vermelho e deixando-a debaixo de sua cama, no lado da cabeceira, por uma noite. No dia seguinte, retirar os cravos e enterrá-los perto de uma flor bonita.

Deu certo?

No dia seguinte comi a maçã

Mais tu pode tentar

Não sou supersticioso, e esse papo de maçã deu fome

Thaw!

Thaw!

Jassar Protázio


Na ponta da pétala de uma flor
Uma gota de orvalho cai singela
Sob escritos que ultimamente venho me dedicado
Agora mesmo faço a seguinte pergunta
Porque não jogo-me do 14º andar de um prédio
Talvez a queda seja como a gota que caio sobre o papel
Manchando o que estava marcado em verso e prosa
Ao se misturar com a tinta da caneta.

Jassar Protázio.

terça-feira, 29 de julho de 2008

NINGUÉM


Apresento pra vocês o ninguém

Ele quase nunca fala

Mais sente amor também

Ele não rir, ele não chora e quase nunca tem Vintém.

Às vezes ele fica assim sozinho

Parece que não tem ninguém

Mais ele tem.

Embora o que ele tenha não saiba que o tem também

Cantar calado é o passa-tempo preferido do ninguém

Por que cantando calado, reclamação não vem.

As pessoas adoram reclamar

- cala boca ninguém!

O problema é que o ninguém

Às vezes sonha que é alguém

E como se viesse de um palhaço

Tudo vira motivo de desdém

Mais ninguém continua sonhando

Sonhos maravilhosos que vão além

Mais ninguém continua cantando assim baixinho

Pra só atormentar ninguém.

Jassar protázio


Hoje me deixei sentir coisas que a muito não permitia, fazia tempo que não me via feliz em pensar em alguém mais a dois minutos quebrei um copo. Isso mesmo quebrei um copo, coloquei em cima da cama e a voz de minha mãe reclamava:

-Tu vai deixar esse copo cair, sempre fazes a mesma coisa. Menino tapado parece que não enxerga um palmo a sua frente.

Em fim depois me arrependi sorrindo, pois tive que limpar os cacos de vidro que se estilhaçaram no chão.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O Sabiá e a Maçã














Em um canto de sábios sabiás
Foi visto um irmão bicho a cantar
Cantava bonito, versos e trovas
Porem do chão não sabia levantar

Era magrinho parecia que passava fome
Asas fracas e frágeis de dar dó
Cantava baixo, assim baixinho
Andava só, assim tão só

Morava embaixo de uma macieira
E tinha no peito um coração
Tinha no mesmo uma ferida
Tinha na vida uma paixão

A maçã vermelha do ultimo galho é o que vislumbrava
Porem não podia chegar lá
Enquanto isso comia as maçãs que caiam
E eram essas que conseguia pegar

O sabiá um dia morreu
No mesmo dia que a maçã foi ruída por outro sabiá
Deixou-nos em vida somente a lição
De fazer da vida uma canção
E de nunca deixar de sonhar

Jassar protázio

quinta-feira, 3 de julho de 2008



Ainda me lembro dos meus dias de solidão onde observava as pessoas pela janela do meu quarto caminhando cheios de esperança e muita das vezes sorrindo, todo mundo me parecia tão feliz e muitas das vezes não entendia como eu não consegui ser feliz como eles.

Me arrumei peguei minha mochila com uma caneta e alguns papeis que não uso pra nada, fui pra parada de ônibus pensando no que faria já que tinha prova e não sabia nem a matéria que ia cair, peguei meu ônibus cumprindo uma rotina que já faço a algum tempo.

Entrei no salão cinza cumprimentei algumas pessoas como de costume e ao virar-me vi pessoas que fizeram tão bem aos meus olhos, não sabem elas a alegria que me deram nesse dia que parecia pra muitos um dia tão comum.

Sorri, e os abracei...

Então pensei inspirado num filme que vi a poucos dias:

“essa parte da minha vida, essa pequena parte da minha vida chama-se felicidade”